Feministas Negras no Brasil? TEMOS!

Nada melhor do que comemorar o Dia da Consciência Negra, compartilhando com vocês algumas intelectuais e ativistas que contribuíram e contribuem constantemente com o debate de raça e gênero no nosso pais. O Brasil é repleto de filósofas, escritoras, sociólogas, políticas e professoras negras, que lutaram e lutam por mudanças sociais, principalmente no que se refere aos estudos sobre o lugar das mulheres negras na sociedade brasileira.


É sobre isso! É sobre contemplar os grandes avanços da luta feminista no nosso país. Se temos tantas referências maravilhosas aqui, porque sempre buscar nos Estados Unidos? Com ajuda de mídias independentes e pensando em vocês, decidimos listar essas mulheres para serem fontes de pesquisas a quem desejar saber mais sobre elas. Algumas já faleceram e deixaram seus legados e outras permanecem na resistência. Vamos conhece-las?


1 – SUELI CARNEIRO – Filósofa, escritora, doutora em Educação e diretora do Geledés — Instituto da Mulher Negra. Sueli pesquisa e publica trabalhos sobre o racismo e a violência de gênero e foi uma das defensoras das cotas em universidades brasileiras.


2 – CONCEIÇÃO EVARISTO – Professora, educadora e um dos principais nomes da literatura contemporânea no Brasil. Conceição Evaristo é doutora em literatura, luta pela valorização da cultura negra e tem livros publicados de contos, romances e poesias.


3 – MATILDE RIBEIRO – Professora, assistente social e ativista política brasileira filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), atuou nos movimentos negro e feminista. Foi ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no governo Lula.


4 – EDNA ROLAND – Psicóloga, ativista e fundadora de quatro organizações negras: Bloco Afro Alafiá; Coletivo de Mulheres Negras de São Paulo; Geledés – Instituto da Mulher Negra; e FALA PRETA! Organização de Mulheres Negras.


5 – CIDA BENTO – Doutora em psicologia, ativista brasileira e diretora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), organização responsável pela primeira ação contra o assassinato de uma pessoa negra pela polícia como um crime de racismo.


6 – LÉLIA GONZALEZ – Filósofa, antropóloga e socióloga, Lélia é considerada a mulher que revolucionou o movimento negro no Brasil. Teve grande participação política nos movimentos negro e de mulheres, produzindo diversos trabalhos intelectuais sobre a posição da mulher, principalmente negra e indígena, na sociedade brasileira. Morreu em 1994.


7 – BEATRIZ NASCIMENTO – Historiadora, roteirista, professora e militante do movimento negro e de mulheres. Beatriz estudou as formações dos quilombos no Brasil, sendo conhecida também pelo documentário Orí, que recupera a história dos movimentos negros brasileiros a partir dos textos e trajetória da historiadora. Faleceu em 1995.


8 – FÁTIMA OLIVEIRA – Médica, escritora e intelectual. Fátima foi uma grande ativista das questões étnico-raciais e feministas. Atuou defendendo o SUS e pautas como a legalização do aborto, integrando também a Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Sexuais Reprodutivos. Faleceu em 2017.


9 – NEUSA SANTOS – Psiquiatra, psicanalista e escritora. Neusa estudou os aspectos sociológicos e psicanalíticos da negritude e do racismo no Brasil. É autora do livro “Torna-se negro”, fruto de sua dissertação de mestrado.


10 – LUIZA BAIRROS – Administradora brasileira, política e militante do movimento negro. Luisa estudou temas como racismo, sexismo e o negro no mercado de trabalho. Foi ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil entre 2011 e 2014. Faleceu em 2016.


11 – JUREMA WERNECK – Médica, comunicóloga, escritora e ativista do movimento brasileiro de mulheres negras e dos direitos humanos. É Diretora-Executiva da Anistia Internacional no Brasil e co-fundadora da organização Crioula.


12 – LÚCIA XAVIER – Assistente social, ativista pelos direitos humanos no Brasil e fundadora da ONG Criola, dedicada a combater o racismo, o sexismo e a homofobia. Ajudou a criar em 1999 o Disque Defesa Homossexual (DDH), serviço pioneiro de atendimento público a pessoas LGBT.


Esperamos que tenham gostado. Sigamos juntos, juntas e juntes!

Por Michelle Silvestre, Assistente Social, Militante Fundadora do Movimento Mulheres em Pauta e Associada AFABE